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Fístula e cateter para hemodiálise: O que é, como funciona, cuidados e qual a diferença?

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Inúmeras dúvidas são frequentes sobre esse assunto, afinal, tratamentos que possuem o intuito de atuar como “rim artificial” e exercer o papel do órgão ao paciente portador da doença renal crônica, podem gerar inseguranças por parte de quem irá submeter a esse procedimento que requer algumas técnicas para sua execução, tal qual esta que iremos abordar nesta leitura. Portanto, inicialmente, para introduzirmos esse assunto, é importante explicarmos um pouco sobre essa terapia renal substitutiva onde requer a implantação da fístula arteriovenosa ou cateter: a hemodiálise

Para que serve a hemodiálise?

Pacientes portadores de insuficiência renal, ou seja, quando os rins não estão sendo capazes de executar suas funções básicas como a eliminação das toxinas produzidas pelo corpo, manutenção do equilíbrio da água, assim como os sais minerais (cálcio, fósforo e potássio), necessitam de realizar hemodiálise para auxiliar nesse processo e fazer o trabalho que os rins, uma vez que doentes, não estão conseguindo realizar. Em termos práticos, esse procedimento é caracterizado pelo bombeamento do sangue por meio de um dialisador, aparelho responsável pela extração das toxinas presentes no organismo, também conhecido como “filtro artificial”. Essa máquina realiza a filtragem do sangue pelo mesmo equipamento utilizado na diálise peritoneal, o cateter (tubo) ou fístula arteriovenosa. Porém, ao invés de ser introduzido no abdômen, como feito na diálise peritoneal, ele é colocado em uma veia do pescoço, tórax ou virilha do paciente e ligado ao dialisador, sucedendo o processo de recebimento do sangue e retirada das impurezas. Após a filtração, o sangue é “devolvido” limpo por meio de um acesso vascular. O tempo necessário da hemodiálise varia de acordo com a condição do indivíduo, em geral, sendo entre duas e quatro vezes por semana de 3 a 5 horas por dia. Diferente da diálise peritoneal, a hemodiálise precisa ser feita em hospitais ou clínicas especializadas em nefrologia. Uma das vantagens desse procedimento é que os sintomas e incômodos gerados pelainsuficiência renalsão amenizados e o paciente volta a ter qualidade de vida. Quando não está em sessão, a pessoa pode ter uma rotina normal, trabalhando, estudando e realizando suas atividades diárias, enquanto não está em sessão.Leia mais: https://nefroclinicas.com.br/o-que-e-hemodialise-e-como-funciona/https://www.youtube.com/watch?v=8LqF1F_ju3wConfira o vídeo da nossa nefrologista, Dra. Emmanuela Teles da unidade Brasília, e aprenda um pouco sobre esse tratamento fundamental para pacientes diagnosticados com insuficiência renal.

O que é fístula para hemodiálise?

A fístula arteriovenosa (FAV) é a união entre a veia e uma artéria por meio de uma pequena cirurgia, muitas vezes mediante a uma anestesia local. O objetivo da fístula é possibilitar um maior fluxo e fortalecimento do vaso sanguíneo. Essa junção entre a artéria e a veia do paciente, visa seu aumento em calibre e espessura para as punções da sessão de hemodiálise.Para executar esse procedimento, é preciso ter acesso vascular. Esse acesso consiste em um canal na qual o sangue é retirado e restituído ao organismo durante o procedimento de diálise.

Como é feita a fístula para hemodiálise?

Em geral, esse acesso da fístula é feito no antebraço (radio-cefálica: anastomose da artéria radial com a veia cefálica), braço (bráquio-cefálica: anastomose da artéria branquial com a veia cefálica) e punhos, não descantando a possibilidade de ser realizado nos membros inferiores, como na virilha (com a artéria femoral). O local determinado varia de acordo com o atual estado clínico e orientação médica do profissional Nefrologista. Sendo assim, uma agulha é puncionada e ligada a um cateter, onde levará o sangue à máquina de hemodiálise. Esse aparelho será o responsável por realizar a função dos rins, agindo como um filtro sanguíneo, na qual o sangue será devolvido ao organismo do paciente por outro cateter introduzido na veia da fístula. Esse processo irá causar a sensação de dilatações devido ao aumento da pressão sanguínea, proporcionando múltiplas pulsões da veia e possibilitar que a hemodiálise seja realizada. Essa vibração é denominada de frêmito, causada por conta da circulação mais rápida do sangue, sendo um indicativo de que a fístula esteja apresentando um bom funcionamento de fluxo para eficácia no tratamento.https://www.youtube.com/watch?v=k2uFgtjKQ3sNossa técnica de Enfermagem da NefroClínicas Belo Horizonte, Dayne Martins, explica qual a função da fístula na hemodiálise. Confira!

Quais são os cuidados com a fístula para hemodiálise?

A fístula arteriovenosa é um acesso exclusivo para as sessões de hemodiálise. A sua inserção exige alguns cuidados nos três momentos do processo: Antes, durante e depois da sua implantação.

  • Não aferir a pressão do membro da fístula
  • Não coletar amostras sanguíneas fora dos serviços de hemodiálise
  • Em casos de trauma, realizar compressas de água quente ou morna, de acordo com a recomendação médica ou da equipe de enfermagem
  • Evitar esforço físico com os braços
  • Antes de iniciar a hemodiálise, deve-se fazer sempre a higienização adequada do membro da fístula com água e sabão para evitar possíveis infecções.
  • É recomendado não dormir sob o braço em que há a fístula arteriovenosa

É importante citar que existem alguns cuidados relacionados a nutrição, mesmo que embora não estejam ligados diretamente à aplicação da fístula, podem interferir no efeito da terapia. Essas precauções abrangem a diabetes mellitus (DM) e a hipertensão arterial (HAS). Em indivíduos diabéticos, por exemplo, o período de cicatrização da fístula poderá causar uma feridade em que será imprescindível a atenção exclusiva por parte dos profissionais médicos, envolvendo os enfermeiros e médicos para “fechar” essa lesão.O descontrole no quadro do paciente de ambas das condições, poderá haver um comprometimento da permeabilidade dos vasos sanguíneos, incluindo a fístula arteriovenosa, afetando diretamente na continuidade da hemodiálise. Nestas situações, pode-se necessitar de uma nova cirurgia para inserir outra fístula. Esse cenário irá depender das possibilidades de acesso e do estado clínico do paciente, sendo uma alternativa a terapia por meio de um cateter até que seja possível adotar uma nova fístula.Ressaltamos que, para melhor eficácia e segurança do tratamento, é necessário seguir todas as orientações do seu médico nefrologista juntamente com a equipe de enfermagem responsável pelo procedimento. Em casos de desconforto por parte do paciente provocador pela fístula, deve-se procurar imediatamente o atendimento médico para que sejam feitos os trâmites necessários a fim de promover mais bem-estar ao mesmo.

Quais os desconfortos provocados pela fístula?

Devido a hemodiálise ser realizada através de um acesso ao sangue por uma fístula, é necessário realizar a punção com as agulhas e esse procedimento pode causar dores leves. Porém, na maioria das sessões, o paciente não sentirá nada, somente em algumas ocasiões em que poderá ocorrer uma queda de pressão arterial, câimbras ou dores de cabeça. Normalmente esses sintomas acontecem quando o paciente possui muito líquido para remover do organismo em determinada sessão, por isso é importante que elas sejam sempre acompanhadas da equipe de enfermagem e do médico nefrologista para oferecer o suporte adequado. Evitar o ganho excessivo de peso entre os dias das sessões é fundamental para o conforto do paciente durante o tratamento, portanto é muito importante seguir as recomendações médicas.

Quanto tempo dura uma fístula para hemodiálise?

Uma vez que após a aplicação da fístula arteriovenosa, ela fortalece conforme o tempo para o prosseguimento da hemodiálise, podendo durar muitos anos. Após a cirurgia, deve-se aguardar um período de média 30 dias para sua cicatrização. Existem métodos que podem cooperar para a evolução e maior velocidade no amadurecimento. Estes consistem em exercícios orientados pela equipe médica que podem ser realizados pelo próprio paciente.Outra medida muito pertinente relacionada ao tratamento da hemodiálise são os cateteres. Uma opção geralmente temporária (ou permanente em alguns casos) em pacientes onde não é possível fazer a ligação entre a artéria e uma veia para colocação da fístula arteriovenosa, devido a condições adversas como as citadas anteriormente, diabetes e hipertensão (variando conforme análise clínica). Para facilitar o entendimento, explicaremos melhor o que é, como funciona, quais os tipos e cuidados referentes a essa segunda alternativa.

O que é cateter para hemodiálise?

O cateter para hemodiálise é um tubo de plástico inserido em uma veia do pescoço, virilha ou tórax, através de uma anestesia local ou sedação, variando de acordo com a necessidade e particularidade de cada indivíduo. Seu objetivo é o mesmo da fístula, ou seja, transportar o sangue até a máquina de hemodiálise, com o intuito de fazer a filtragem das impurezas presentes no organismo do paciente. Conforme dito acima, é uma segunda opção, normalmente a curto prazo e mais rápida, para pacientes que não tem fístula e precisam realizar o tratamento. Porém, esse procedimento envolve alguns problemas na sua utilização. Em seguida iremos citar quais são esses fatores de risco e como se atentar a esses cuidados.

Quais são os cuidados com o cateter?

Os cateteres para hemodiálise geralmente estão mais sujeitos a infecções em comparação com as fístulas, pois apresentam uma parte aparente na pele e a outra permanentemente dentro da veia, portanto é importante mantê-los limpos, secos e bem higienizados. Devido a essas circunstâncias, algumas dúvidas podem surgir principalmente em consideração a atividades da rotina ou lazer. Dirigir, viajar, praticar atividades físicas que exigem muito esforço, dentre outras tarefas. De forma geral algumas ações são restritas por aumentar a probabilidade de danificar o cateter no local da saída.Contudo, listamos alguns cuidados imprescindíveis para evitar complicações com o cateter:

  • Mantenha o cateter protegido com curativo
  • Não molhe o equipamento, portanto, banhos de piscina ou mar não são recomendados
  • Tome cuidado com o manejo do cateter para não o danificar. Principalmente ao se vestir, colocar, retirar algum acessório ou algum movimento que apresente riscos
  • Caso o cateter saia do local, comprima e vá imediatamente ao hospital ou procure a equipe médica
  • Em casos de qualquer sangramento, certifique se o cateter não está danificado e vá ao hospital ou procure a equipe médica para auxiliá-lo e efetuar a troca do curativo

Em casos de qualquer dúvida, a primeira atitude a ser tomada é pedir orientação médica pois todas as medidas precisam ser levadas em consideração o atual estado clínico do paciente e suas particularidades.

O que é cateter de Tenckhoff?

O cateter de tenckhoff é um cateter de material apropriado e flexível para realizar a diálise peritoneal através de sua inserção mediante a uma pequena cirurgia na cavidade abdominal do paciente. O líquido (chamado de solução de diálise) é colocado dentro da barriga por um tempo determinado pelo médico nefrologista e drenado por meio do cateter de tenckhoff. Desta forma, as impurezas, como o excesso de água e sais minerais encontradas no sangue são eliminados após a sua retirada, uma vez que os rins afetados não conseguem exercer essa função.

O que é cateter de Permcath?

Assim como mencionado anteriormente, o objetivo do cateter é o mesmo da fístula arteriovenosa, ambos são acessos venosos que possibilitam a execução da hemodiálise. Porém, diferente do cateter de Tenckhoff, onde é feita para diálise peritoneal, o cateter de Permcath é utilizado para garantir a execução da hemodiálise. Este é implantado normalmente em uma veia jugular (de maior calibre) identificada no pescoço do paciente, porém também podem ser implantadas em outras veias, como a subclávia (tórax embaixo da clavícula) ou na femoral (virilha), além de outros locais menos comuns neste procedimento, todavia, sempre de longa permanência na região. Essa introdução é realizada através de um “túnel” por uma microcirurgia, onde o local de saída é diferente do local de entrada do cateter, permitindo mais conforto ao paciente e reduzindo as chances de infecções.

Quanto tempo dura um cateter para fazer hemodiálise?

Cada tipo de cateter possui sua particularidade, sendo dividido em cateteres de longa permanência semi-implantáveis e de curta permanência, para a hemodiálise. O período irá depender das necessidades e o atual estado clínico do paciente. Por exemplo, em casos em que o indivíduo apresenta quadro de insuficiência renal aguda (IRA), onde existe a possibilidade de os rins recuperarem sua função, é utilizado o cateter de curta permanência. Nesta situação, após a função renal ser reestabelecida, o cateter é retirado. Já em circunstâncias onde o paciente é não recupere sua função renal, exigindo a realização de um tratamento a longo prazo, será necessário a colocação de uma opção de cateter que se adeque a essa condição. As opções são as que informamos anteriormente: Permcath e Fístula Arteriovenosa.

Conclusão

A implantação de ambos os procedimentos, tanto as fístulas quanto dos cateteres devem ser mediante a indicação do médico nefrologista e realizados em clínicas especializadas em nefrologia. Nestes casos, é levado em consideração a análise do estado clínico e as necessidades de cada paciente para dar início a hemodiálise. Afinal, os cuidados de limpeza adequada do local para evitar infecções no acesso.A hemodiálise pela fístula arteriovenosa, deve ser feita uma compressão leve para impedir o sangramento por conta da pressão realizada e mantendo seu fluxo, impedindo complicações.Enquanto aos cateteres, ao final da diálise, devem sempre ser lavados com solução fisiológica e preenchidos com heparina (medição anticoagulante), com a intenção de reduzir as chances de obstrução e aumentando a vida útil do Permcath.

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