Aids e os Rins: Existem doenças renais associadas pela infecção do HIV?

A Aids é uma doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana, denominada HIV (da sigla em inglês para Síndrome da Imunodeficiência Adquirida). Esse vírus ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. A Aids é a Síndrome da Imunodeficiência Humana, na qual é transmitida pelo Vírus HIV, sendo caracterizada pelo desgaste do sistema de defesa do organismo e por consequência, o surgimento de enfermidades oportunistas, dentre elas a doença renal.

A transmissão do vírus HIV é feita mediante a relações sexuais (vaginal, anal ou oral) e sem proteção (camisinha) com uma pessoa que apresenta soropositivo, ou seja, que já possui o vírus HIV através de compartilhamento de seringas, transfusão de sangue contaminado, instrumentos não esterilizados que furam ou cortam, da mãe infectada ao filho durante a gravidez, no parto e amamentação.

Porém, qual a relação do Vírus HIV com os rins?

A insuficiência renal pode acontecer com maior frequência nas pessoas que têm HIV. As complicações renais ocorrem no decorrer da infecção pelo HIV, juntamente com outras doenças ocasionadas pelo vírus, como dito anteriormente, na qual iremos aprofundar sobre elas mais adiante. Esses distúrbios relacionados à Aids que acometem a estrutura renal primária ou secundária, variam desde os problemas relativos tanto ao uso da terapia antirretroviral, quanto a insuficiência renal (aguda ou crônica), distúrbios hidroeletrolíticos e glomerulopatias, avançando até a DRC (doença renal crônica). Neste caso, pode necessitar algum método de terapia renal substitutiva, seja diálise peritoneal, hemodiálise, hemodiafiltração ou transplante renal. A opção de tratamento será definida pelo médico Nefrologista responsável pelo atendimento e irá depender do estado clínico do indivíduo.

Além do diagnóstico do vírus HIV, o paciente é indicado para a análise da sua função renal, através do exame de urina, cálculo da taxa filtração glomerular (TFG), por meio da dosagem de creatinina sérica aplicada a fórmulas como MDRD e CKD-EPI. Pessoas com diabetes precisam ser testadas para microalbuminúria e aqueles com proteinúria ou TFG <60 mL/min/1,73 m² precisam consultar um médico nefrologista para fazer o devido acompanhamento necessário. Em alguns casos, avaliações adicionais, como a quantificação da proteinúria e ultrassonografia renal, podem ser medidas indicadas pelo médico, já os pacientes portadores de alguma doença renal inexplicada, acompanhada de proteinúria e redução da TFG, é adequado o procedimento de biópsia renal para melhor controle do seu quadro clínico.

Quais sãos as outras doenças associadas ao HIV?

Além da doença renal crônica, existem outras infecções oportunistas ao HIV, variando entre verminoses, doenças causadas por fungos, bactérias, vírus e até mesmo alguns tipos de câncer. Dentre as principais, podemos citar:

• Tuberculose
• Pneumocistose
• Neurotoxoplasmose
• Neurocriptococose
• Sarcoma de Kaposi
• Histoplasmose
• Doença citomegálica
• Criptococose
• Candidíase esofágica e orofaríngea

Como é o tratamento das doenças associadas ao HIV?

O tratamento dessas doenças oportunistas ao HIV, primeiramente vai compreender o tratamento do próprio vírus da AIDS. Este é feito por meio do uso de medicações capazes de fortalecer o sistema imunológico do indivíduo, além do cuidado específico com o agente encontrado, seja viral, bacteriano ou fúngico. Já no caso da insuficiência renal, como abordado neste texto, o médico responsável pelo tratamento irá indicar o método adequado conforme a atual condição clínica do paciente. Geralmente é indicado o início da diálise para que seja feita a filtração do sangue e assim, cumprir com as funções dos rins, uma vez que o órgão afetado está incapaz de executar corretamente por conta da doença.

Dessa forma, concluímos que o desenvolvimento da doença renal crônica em pessoas portadoras do vírus HIV é uma possibilidade, assim como outras nefropatias e distúrbios que abrangem a hipertensão arterial. Portanto, o seu diagnóstico e tratamento da doença, requer o acompanhamento do Nefrologista ou o médico especialista para o manejo clínico ideal da enfermidade.

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