Doença renal crônica: tudo o que você precisa saber
Vamos falar aqui sobre tudo que você precisa saber sobre a doença renal crônica, fatores de risco, prevenção, diagnóstico e tratamento. Preparamos um conteúdo de forma muito clara e simples para você esclarecer todas as suas dúvidas.
Mas, primeiramente, você sabia que a doença renal é um problema de saúde pública no país e no mundo?! Uma a cada 10 pessoas adultas são afetadas pela doença renal crônica, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN). A estimativa é de que em 2040 a doença renal crônica possa ser a 5ª maior causa de morte no mundo, ainda de acordo com a SBN.
0 % da população mundial é afetada pela doença renal crônica 0 ª maior causa de morte no mundo, em 2040, segundo estimativa da SBN
Por isso, é fundamental conversar sobre o assunto para que, com as informações corretas e adequadas, as pessoas consigam cuidar bem da sua saúde renal.
Então, vamos lá!
O que é doença renal crônica Fatores de Risco Sintomas Diagnóstico Tratamento
Afinal, o que é doença renal crônica?
Como dito anteriormente, a doença renal crônica é um problema de saúde pública mundial.
Mas, primeiramente, você sabe qual é a função dos rins?
Os nossos rins são filtros, que filtram nosso sangue e ajudam a eliminar as toxinas do nosso organismo. Por isso, eles são fundamentais para o funcionamento do nosso corpo. A função renal é medida através da capacidade de filtração dos rins, que geralmente gira em torno de 90 a 120 ml/minuto. Quando essa taxa de filtração vai caindo e fica abaixo de 60 ml/minuto, e com um tempo superior a 3 meses, é que se caracteriza a doença renal crônica.
A doença renal crônica é, portanto, a perda lenta e gradual da função dos rins. Seu estágio final é conhecido como insuficiência renal crônica, quando é necessário fazer a diálise ou o transplante do rim.
Quais são os principais fatores de risco?
Os principais fatores de risco da doença renal crônica são:
- Diabetes
- Hipertensão
- Obesidade
- Histórico de doença renal crônica na família
Quais são os principais sintomas?
A doença renal crônica é uma doença silenciosa, que não apresenta sintomas nos estágios iniciais. E, por isso, a maioria das pessoas tem o diagnóstico tardio, quando já está em uma fase mais avançada.
Em pacientes em um estágio mais avançado da doença, alguns dos sintomas que costumam aparecer são: dor nas costas; inchaço no corpo; agravamento da pressão arterial; emagrecimento; anemia; fraqueza, enjoos e vômitos.
Como é feito o diagnóstico de doença renal crônica?
Os principais exames para o diagnóstico são os exames de urina e a dosagem da creatinina no sangue. Estes exames são exames simples, baratos e disponíveis em todo o mundo.
Como a doença renal crônica é silenciosa, o diagnóstico precoce pode evitar o agravamento da doença e salvar vidas. Por isso, fazer um check-up médico, com exames de rotina como de urina e creatinina, é fundamental. E é ainda mais essencial para as pessoas que apresentam fatores de risco, como diabetes, hipertensão, obesidade ou histórico familiar.
Como calcular a função renal?
Através da dosagem da creatinina, juntamente com dados como a idade e sexo da pessoa, é possível calcular e ter uma estimativa do percentual de funcionamento renal ou taxa de filtração glomerular.
O resultado norteia o grau de disfunção renal, ajuda nas decisões terapêuticas e na inferência prognóstica de risco para necessidade de diálise ou transplante.
Aqui no site da NefroClínicas está disponível a calculadora CKD-EPI que analisa por meio da creatinina do sangue (é necessário ter um exame recente em mãos), idade e sexo do paciente, a taxa de função renal. Confira: https://nefroclinicas.com.br/funcao-renal/
Mas, lembre-se de que é fundamental que o resultado seja avaliado por um especialista na área para garantir o melhor uso dessa informação.
Quais são os estágios da doença renal crônica?
Após o diagnóstico, os pacientes são classificados em estágios de acordo com a sua função renal. Essa classificação permite uma melhor estruturação do tratamento mais indicado para ele.
Basicamente, a doença renal crônica é classificada em 5 estágios:
Estágio 1: Os rins ainda funcionam bem, mas aparece já um sinal da lesão, como proteína na urina.
Estágio 2: Os rins têm uma leve diminuição no seu funcionamento. Assim como na fase 1, é importante ter o diagnóstico de doença renal crônica para tratar e prevenir o agravamento para os estágios mais avançados.
Estágio 3: Os rins perdem sua eficiência de maneira moderada e já começam a surgir os primeiros sintomas da doença renal crônica.
Estágio 4: O funcionamento do rim já está bastante prejudicado e exige mais cuidados.
Estágio 5: É a fase da insuficiência renal, onde os rins já não funcionam mais. É neste estágio em que se iniciar o tratamento com a terapia renal substitutiva, como a diálise ou o transplante.
Como é o tratamento da doença renal crônica?
Quando a doença renal crônica chega em seu estágio mais avançado, ou seja, na insuficiência renal, é necessário iniciar o tratamento com a terapia renal substitutiva.
A terapia renal substitutiva é um tratamento de substituição da função renal, realizada através da hemodiálise, hemodiafiltração, diálise peritoneal ou transplante renal.
Mas, afinal, qual é o melhor método para fazer diálise? Muita gente pergunta: Preciso fazer diálise, e agora? Qual é o melhor método de diálise: hemodiálise, diálise peritoneal ou transplante renal? Não existe receita de bolo! Portanto, o melhor método vai depender de cada paciente. E a escolha do melhor tratamento deve ser feita pelo paciente junto ao seu médico nefrologista.
https://www.youtube.com/watch?v=_9yIyjeIAi8 “O melhor método vai depender do paciente, aquela que se adequa melhor, que o paciente consiga seguir mais as orientações e ficar mais confortável. A diálise entra para agregar qualidade de vida e não para gerar um transtorno para o paciente. A gente tem situações em que a diálise peritoneal é muito confortável para o início - que é a questão da “DP first” - que é um método que vai deixar o paciente mais livre durante a semana, durante as sessões, ele vai fazer a dialise em casa à noite e vai ter o dia para trabalhar, não vai ter tantos problemas com horário. Às vezes a gente tem as nossas rotinas, então a diálise peritoneal acaba facilitando muito a vida dos pacientes, sobretudo como primeiro método. Mas a hemodiálise também não é um método ruim, é um método onde a gente tem muitos pacientes que se adequam a eles e inclusive alguns pacientes que optam por continuar nele. A gente tem uma terceira opção, que é o transplante renal: que em tese seria o afastamento dos métodos dialíticos. Mas tem pacientes que seguem a hemodiálise e não querem fazer o transplante pois estão muito bem adaptados à hemodiálise. Então, o melhor método de diálise vai depender de cada paciente. É uma terapia que precisa ser individualizada e cada um vai receber a melhor prescrição possível.” Dr Tiago Ribeiro Lemos Médico Nefrologista da NefroClínicas Ipanema
Juntamente ao tratamento de diálise, é importante ter um acompanhamento multidisciplinar com nefrologista, enfermagem, nutricionista, fisioterapeuta e psicólogo.
E, independente de qual seja o tratamento escolhido, ele será fundamental para melhorar a qualidade de vida do paciente. Depois do início do tratamento, o paciente sente uma melhora significativa em sintomas como a apetite, indisposição, cansaço, náuseas, dentre outros.
Quais são os tipos de diálise?
Hemodiálise:
A hemodiálise é o tipo de tratamento mais comum de substituição renal, quando os rins param de filtrar o sangue das impurezas produzidas com o funcionamento (metabolismo) do corpo.
Sinônimo de medo e ansiedade, a hemodiálise que vem tendo seu aparato aprimorado a cada ano, salva milhões de vidas ao redor do mundo. Apesar de toda nuvem de medo e preconceito que gira em torno a hemodiálise e da doença renal crônica,o tratamento é bastante seguro e eficaz na depuração de toxinas nos casos de falências renais.
O tratamento é realizado com a utilização de uma máquina acoplada a um filtro, promove-se uma limpeza através da retirada do excesso de substâncias como ureia, potássio e líquidos. As sessões são feitas dentro da clínica e as durações são geralmente entre 2 e 4 horas. A frequência de 3x/semana é a mais utilizada, mas há pessoas que dialisam diariamente e outros 1x/semana.
Quer se aprofundar e saber mais sobre a hemodiálise? https://nefroclinicas.com.br/hemodialise/
Hemodiafiltração:
A hemodiafiltração é uma modalidade mais recente e moderna de diálise. O filtro utilizado nessa técnica apresenta poros maiores e grandes volumes de líquido são trocados entre a máquina e o paciente para otimizar a retirada de escórias . Isso explica a grande diferença dela em relação à tradicional hemodiálise, que é sua capacidade de retirar uma maior quantidade de toxinas do corpo aplicando-se a técnica da convecção, além da difusão.
A hemodiafiltração é um método moderno, mas que depende da condição clínica de cada paciente. Por isso, na NefroClínicas individualizamos caso a caso.
Diálise Peritoneal:
A diálise peritoneal é uma opção de tratamento seguro e com bons resultados, que pode ser realizado pelo paciente dentro da sua própria casa.
Como funciona? Na diálise peritoneal, o processo de filtração acontece dentro do corpo do paciente através de um filtro natural: o peritônio. Esse filtro é uma membrana semipermeável e porosa que cobre órgãos do nosso abdômen. Neste processo, o líquido da solução da diálise peritoneal é infundida no abdômen, permanece por algum tempo de acordo com a prescrição médica e depois é drenada. Desta forma, as substâncias tóxicas acumuladas no organismo são eliminadas.
A principal vantagem da diálise peritoneal é a flexibilidade e independência do paciente, que pode realizar o tratamento no seu lar.
Quer saber mais sobre diálise peritoneal? https://nefroclinicas.com.br/dialise-peritoneal/
Transplante Renal:
O transplante do rim, ou transplante renal, é uma opção mais completa e efetiva para tratar a doença renal crônica em um estágio mais avançado, quando oquadro é comprovadamente irreversível. É realizado através de uma cirurgia, implantando um rim saudável de uma pessoa viva ou falecida.
Para os pacientes elegíveis, o transplante é uma excelente alternativa de tratamento, que proporciona mais liberdade e qualidade de vida.
Quer saber mais sobre transplante renal? https://nefroclinicas.com.br/transplante-renal/
Como prevenir?
2/3 das pessoas que fazem diálise hoje são por estilo de vida e motivos completamente evitáveis, seja por hipertensão, diabetes ou obesidade.
Portanto, a mudança no estilo de vida é fundamental na prevenção de doenças crônicas como diabetes, hipertensão e obesidade, que são doenças que de a curto a longo prazo levam a doença renal crônica e necessidade de uma terapia substitutiva.
A mudança de estilo de vida é fundamental não apenas para prevenir, como também para evitar o agravamento da doença renal crônica. Mudanças de hábitos simples, como ter uma alimentação saudável, praticar atividade física e controlar o peso corporal continuam sendo o grande segredo para evitar a maioria das doenças.
Então, confira as nossas dicas para prevenir e evitar o agravamento das doenças renais crônicas:
- Controle o seu peso
- Pratique exercícios físicos regularmente
- Tenha uma alimentação saudável
- Evite o excesso de sal e açúcar
- Controle a pressão arterial;
- Controle o colesterol;
- Não fume;
- Evite a ingestão de bebida alcoólica;
- Hidrate-se;
- Faça um check-up médico regularmente. Faça, uma vez por ano, exames de rotina como o exame de urina e dosagem de creatinina para avaliar a saúde dos seus rins.
Live: tudo o que você precisa saber sobre doença renal crônica
Confira o vídeo da live, realizada no Instagram @nefroclinicas, para saber mais sobre a doença renal crônica, prevenção, sintomas, diagnóstico e tratamento.
Foi um bate-papo, com linguagem fácil e clara, com grandes e renomados nefrologistas. Nessa live, o Dr José Neto,Dra Thayse Gouveia e Dr Flávio Barros se reuniram para tirar todas as dúvidas sobre o tema.
Você já conhece eles??
- O Dr José Neto é de Belo Horizonte – Minas Gerais, médico clínico e nefrologista, Diretor de Ensino do Grupo NefroClínicas e coordenador do Curso Formação em Saúde Baseada em Evidências.
- A Dra Thayse Gouveia, de São Luís do Maranhão, é médica nefrologista titulada pela Sociedade Brasileira de Nefrologia e faz parte do nosso time da nova unidade da NefroClínicas em São Luís.
- O Dr Flávio Barros é médico clínico e nefrologista, Presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia Regional Maranhão e também faz parte do nosso forte time da NefroClínicas na unidade de São Luís.
Assista o vídeo:
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