“Sou renal crônico e peguei dengue. E agora?”
A América Latina vem vivendo uma epidemia de dengue neste ano de 2024. Com focos principalmente na Argentina e Paraguai, a doença vem se mostrando um desafio crescente para a saúde pública dos países sul-americanos, incluindo o Brasil, onde algumas cidades já decretam estado de emergência. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de infectados pela dengue no nosso país já ultrapassa 1,2 milhão de casos, pouco menos do que o total de ocorrências em virtude do vírus durante todo o ano de 2023. Este cenário despertou um alerta nas autoridades em atentar a população sobre cuidados com sintomas e prevenção contra a enfermidade. Afinal, além da alta incidência de contaminação, o número de mortes em consequência da condição também é alto.Não podemos negar que, para a população em geral, pegar dengue é um desafio, uma vez que o vírus pode se multiplicar dentro do organismo e causar diversos sintomas e complicações. Mas quando falamos sobre pacientes com problemas nos rins, os riscos podem ser ainda maiores. Além disso, o que muitas pessoas não sabem, é que a doença pode causar complicações em alguém sem problemas nos rins, podendo desenvolver até mesmo para insuficiência renal.Se você tem doença renal crônica e contraiu o vírus, suspeita do diagnóstico ou busca como prevenir para evitar que seja afetado pela condição, esse texto você irá encontrar tudo que precisa saber.Aqui, discutiremos os sintomas da dengue, como a doença pode afetar os rins e quais cuidados específicos os pacientes renais devem tomar se contraírem dengue, visando reduzir os sintomas e prevenir complicações.
O que é dengue?
A Dengue é uma doença viral transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Ela é causada por um vírus pertencente à família Flaviviridae e é caracterizada por estar presente em regiões tropicais e subtropicais ao redor do mundo. A transmissão do vírus ocorre quando o mosquito infectado pica uma pessoa, introduzindo o vírus em sua corrente sanguínea. A Dengue pode variar de gravidade, desde casos assintomáticos até formas graves da doença, como a Dengue hemorrágica, que pode ser fatal se não tratada adequadamente. É uma preocupação de saúde pública em muitas partes do mundo, e medidas de prevenção, como controle de vetores e conscientização pública, são essenciais para reduzir sua incidência e impacto na saúde da população.
Como a dengue ataca os rins?
Como falamos na introdução, a dengue tem a capacidade de desenvolver complicações no organismo da pessoa e afetar o funcionamento dos rins. E em casos mais graves, evoluir para insuficiência renal crônica. Mas porque isso acontece?Quando uma pessoa é infectada pelo vírus da dengue, seu sistema imunológico reage, desencadeando uma série de respostas inflamatórias e alterações na coagulação sanguínea que podem impactar diretamente os rins. Durante a infecção, ocorre uma diminuição do fluxo sanguíneo para o órgão, dificultando sua capacidade de filtrar as toxinas do sangue e comprometendo a função renal. A dengue também pode prejudicar a função dos glomérulos, as estruturas responsáveis pela filtração do sangue nos rins.O surgimento da insuficiência renal crônica está relacionado a hipotensão, sepse, disfunção de múltiplos órgãos e o uso de medicamentos durante o tratamento da dengue. Nestes casos, o paciente poderá precisar iniciar alguma terapia renal substitutiva, diálise peritoneal ou hemodiálise. A opção será definida pelo médico nefrologista.
Quais os sintomas da dengue?
Conhecer os sintomas da dengue é fundamental para buscar tratamento adequado e prevenir complicações graves. Abaixo estão alguns dos sintomas mais comuns associados ao vírus:
Febre alta
A febre é um dos sintomas mais distintivos da dengue. Geralmente, a temperatura corporal aumenta rapidamente e pode atingir até 40°C. A febre alta é frequentemente acompanhada de calafrios e sudorese intensa.
Dores musculares e articulares
Muitas pessoas com dengue experimentam dores musculares e articulares intensas, que podem afetar todo o corpo. Essas dores são frequentemente descritas como semelhantes a uma sensação de "quebra de ossos".
Dor de cabeça intensa
Dores de cabeça intensas e persistentes são comuns em pacientes com dengue. A dor pode ser tão forte a ponto de interferir nas atividades diárias e piorar com o movimento dos olhos.
Fadiga e fraqueza
A Dengue pode causar fadiga extrema e fraqueza, tornando as tarefas cotidianas difíceis de realizar. Essa sensação de cansaço pode persistir por semanas, mesmo após a recuperação da doença.
Náuseas e vômitos
Alguns pacientes com dengue podem ter náuseas e vômitos, especialmente durante os estágios iniciais da infecção. Isso pode levar à desidratação, tornando a hidratação adequada ainda mais importante.
Erupções cutâneas
Manchas vermelhas na pele, semelhantes a uma erupção cutânea, podem aparecer em algumas pessoas infectadas pela dengue. Essas erupções geralmente ocorrem no peito, abdômen e membros, e podem ser acompanhadas por coceira.É importante observar que os sintomas da dengue podem se assemelhar aos de outras doenças virais, como gripe ou resfriado comum. Portanto, se você apresentar algum desses sintomas e suspeitar que seja dengue, é fundamental procurar atendimento médico para um diagnóstico preciso e o tratamento adequado. Em casos mais graves da doença, como a dengue hemorrágica ou Síndrome de Choque da Dengue, os sintomas podem se agravar rapidamente e exigir cuidados médicos urgentes.
“Sou renal crônico e peguei dengue. E agora?”
Se você é um paciente renal e está com dengue, algumas informações são muito importantes. Segundo o nefrologista da NefroClínicas Ipanema, Dr Eduardo Rocha, “primeiramente é preciso informar o seu médico sobre o diagnóstico do vírus”. Desta forma, será examinado a gravidade da condição para dar a melhor orientação. O fato de o paciente fazer diálise ou não, também pode interferir na análise e prescrições.É importante mencionar que, segundo estudos, aproximadamente 6% dos caos de dengue se desenvolvem para a forma mais grave da doença. E até 5% dos casos de dengue grave resultam em insuficiência renal aguda (IRA) e dentre esses, 14% necessitam de algum método de diálise.Aqui vão alguns dos principais cuidados que o pacientes renal precisa ter após contrair dengue:
Hidratação adequada
Manter-se bem hidratado é essencial para pacientes renais com dengue. Portanto, antes é preciso conversar com seu nefrologista sobre qual a quantidade ideal por dia, uma vez que o indivíduo portador da doença renal crônica possui restrições quanto ao consumo de líquidos.
Controle da pressão arterial
É importante acompanhar regularmente a pressão arterial, pois a dengue pode causar alterações que podem afetar no funcionamento dos rins.
Repouso e monitoramento dos sintomas
O descanso adequado e monitoramento atentamente dos sintomas é fundamental para garantir uma recuperação eficaz.
Controle da dor e febre
Medicamentos para aliviar a dor e a febre podem ser prescritos, mas sempre com orientação médica para evitar efeitos colaterais nos rins.
Alimentação equilibrada
Mais do que nunca, a alimentação correta é um fator fundamental na recuperação da dengue. Pois e ela fornece os nutrientes necessários para a melhora do organismo e prevenção de outras complicações.Vale ressaltar que somente o seu médico nefrologista poderá passar as recomendações adequadas para a sua recuperação. Visto que, cada paciente renal possui suas individualidades e necessidades. Se este é o seu caso, clique no botão abaixo e agende sua consulta com algum dos nossos nefrologistas.AGENDAR CONSULTA“Para cada tipo de dengue, daremos orientações específicas. Em casos mais graves que exige internação, o médico responsável irá cuidar do tratamento diretamente.”Dr Eduardo RochaNefrologista do Grupo NefroClínicas
Dicas de como prevenir a dengue
Elimine possíveis focos
Reduza o acúmulo de água parada em recipientes como vasos de plantas, pneus velhos e recipientes de água.
Utilize repelentes
Use repelentes de mosquitos regularmente, especialmente durante o amanhecer e o anoitecer.
Instale telas em portas e janelas
Mantenha mosquiteiros em portas e janelas para impedir a entrada do mosquito Aedes aegypti.
Elimine resíduos
Ações simples como eliminar copos plásticos, sacos abertos, tampas de refrigerante que possam acumular água parada, podem ajudar no combate.
Colabore com o seu bairro
Participe de iniciativas locais sobre controle de foco e educação sobre prevenção da dengue.A dengue representa um grande desafio para a saúde pública no Brasil, exigindo cuidados e atenção especiais. Especialmente para grupos vulneráveis, como os pacientes com doença renal crônica. Portanto, é essencial reconhecer os sintomas da doença, métodos de prevenção, entender seus impactos nos rins e adotar medidas preventivas eficazes para reduzir sua incidência, principalmente neste momento em que estamos vivendo.
Em casos de suspeita de dengue ou qualquer sintoma associado, é mais que importante buscar ajuda médica para um diagnóstico preciso e um tratamento adequado, garantindo uma recuperação rápida e eficaz.
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