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O que é diálise peritoneal e como funciona?

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Dentre as terapias substitutivas, a diálise peritoneal é uma das mais utilizadas em tratamentos para pacientes que apresentam quadros de insuficiência renal aguda ou crônica. Neste texto você irá entender tudo sobre esse procedimento, mas antes de iniciarmos, é importante compreendermos sobre o que é terapia renal substitutiva e o que leva o paciente a submeter por esse tratamento.

Quando a doença renal crônica está em fase avançada é necessário que o paciente pense nas opções e junto com o seu médico avalie qual a terapia renal substitutiva (tratamento) é mais indicada para o seu caso. Esse processo é responsável por exercer as funções dos rins que, quando comprometidos pela doença, não conseguem mais executar. A avaliação é feita pelo nefrologista por meio de exames clínicos, laboratoriais ou de imagens. Com base nos resultados dos exames, avalia-se a gravidade da doença e, a partir disso, ocorre a definição se há ou não a necessidade de iniciar a terapia renal substitutiva (TRS), sendo a diálise peritoneal uma das opções.

O que é diálise peritoneal e como é feita?

Conforme dito acima, é uma das opções de tratamentos da terapia renal substitutiva para pacientes com perda da função renal. E tem como objetivo substituir a sua função renal. A diálise peritoneal é responsável por remover as impurezas e excessos de líquido no sangue, com auxílio de um filtro natural chamado peritônio. Ele consiste em uma membrana porosa e semipermeável que cobre os principais órgãos do abdômen. O espaço entre esses órgãos é chamado de cavidade peritoneal. Em primeiro momento, um pequeno e fino tubo denominado cateter é implantado pela parede abdominal próximo ao umbigo por meio de uma pequena cirurgia, com anestesia local, até a cavidade peritoneal, de maneira indolor e permanente. O processo em geral é iniciado de 10 a 14 dias após a implantação do cateter. Em alguns casos específicos, ele pode ser antecipado iniciando a terapia em até 24h, dependendo da gravidade e necessidade clínica do paciente. A utilização do cateter permite, após este período, a passagem da solução de diálise até a cavidade peritoneal, realizando a drenagem em contato com o sangue, levando consigo as toxinas como a ureia, creatinina, potássio e o excesso de líquido no corpo em casos de dificuldade da função natural dos rins. Em casos de deslocamento do cateter, é necessário realizar a sua troca, respeitando o procedimento de colocação à cavidade abdominal. Caso contrário, poderá prejudicar o seu funcionamento devido a dificuldade de contato do mesmo com o líquido difundido.

https://www.youtube.com/watch?v=3PeAsLC9iHU

Confira o vídeo da nossa nefrologista, Dra. Joyce Paresoto, explicando um pouco sobre o tratamento.

Quais os tipos de diálise peritoneal?

Há dois tipos de diálise peritoneal: A Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua e a Diálise Peritoneal Automatizada.

Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua: Também conhecida como CAPD ou DPAC, é a modalidade mais comum de diálise peritoneal. É realizada diariamente e de forma manual pelo próprio paciente ou familiar, sendo uma boa opção para idosos, crianças e aqueles para as quais a hemodiálise não se mostrou propícia ou possível. Esse tratamento não exige de máquina, o paciente pode colocar e retirar o líquido de diálise do abdômen ou ser auxiliado por alguém. Geralmente pode ser realizado em casa, em um local limpo e bem iluminado. Durante o processo da Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua, o sangue é filtrado o tempo inteiro, a solução (líquido) sai de um frasco de plástico por um cateter (tubo) em direção a cavidade abdominal (interior da barriga). Por lá é iniciado a drenagem e então uma nova solução volta ao abdômen, recomeçando todo o processo de filtração. Normalmente ocorrem 4 trocas ao dia (manhã, almoço, tarde, noite), com tempo de troca durando aproximadamente 30 minutos. Neste período entre uma troca e outra, o paciente fica livre das bolsas.

Fonte: Nephrocare

Diálise Peritoneal Automática: Também conhecida como DPA, possui certa semelhança à Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua (CAPD/DPAC). A diferença é que o cateter é ligado diretamente a uma máquina que infunde e drena o líquido, efetuando as trocas necessárias. Antes de dormir, o paciente se conecta à máquina que faz as trocas de forma automática de acordo com a prescrição médica. O método é executado normalmente no período da noite, enquanto o paciente dorme, possibilitando mais liberdade a ele durante o dia. Caso seja necessário, as trocas podem ser programadas de “forma manual” durante o dia. O tratamento pode ser realizado em casa ou na clínica de nefrologia sob acompanhamento do nefrologista e da equipe de enfermagem. 

Fonte: NefroClínicas

Nas duas modalidades, geralmente o paciente vai à clínica de nefrologia uma vez por mês para colher exames de sangue, urina e fazer a consulta com o médico nefrologista.

Na NefroClínicas temos um time multiprofissional altamente capacitado para realizar o seu tratamento, atuamos em cada etapa do processo para que você não se preocupe com a operação e se dedique ao seu tratamento. Para saber mais clique aqui.

Quando é indicada a diálise peritoneal?

Essa terapia substitutiva é indicada exclusivamente para pacientes que desenvolveram um quadro avançado de insuficiência renal aguda ou crônica. Esse processo permite a minimização dos efeitos causados pela doença e consequentemente o comprometimento das funções renais. A diálise peritoneal requer a indicação de um médico nefrologista e antes de iniciar o tratamento dialítico é necessário agendar uma consulta com o profissional onde será avaliado o atual estado do organismo do paciente através de alguns procedimentos, tais como:

  • Consulta médica para investigar os sintomas e examinar o corpo do paciente
  • Dosagem de ureia e creatina no sangue
  • Dosagem de potássio no sangue
  • Dosagem de ácidos no sangue
  • Quantidade de urina produzida durante um dia e uma noite (urina de 24h)
  • Cálculo da porcentagem de funcionamento dos rins (clearance de creatina e ureia)
  • Avaliação de anemia (hemograma, dosagem de ferro, saturação de ferro e ferritina)

Por meio de um estudo clínico do paciente e da análise completa do hemograma, é possível observar os níveis destas substâncias no sangue do indivíduo e avaliar a presença de sinais e sintomas que apontam a necessidade (ou não) da diálise peritoneal.

Na pediatria, a diálise peritoneal é essencial e a sua falta pode colocar em risco a vida da criança ou adolescente. De acordo com o alerta presente na carta aberta encaminhada ao Ministério da Saúde, foi demonstrado preocupação por parte da Sociedade de Pediatria (SBP) com o atual quadro vivido pelos pacientes pediátricos que dependem do tratamento dialítico. Segundo a Sociedade de Pediatria, existe uma carência de insumos e equipamentos para realização da diálise. Sendo assim, diante desse cenário, a NefroClínicas se disponibiliza para reverter essa situação. Somos destaque como melhor clínica de Nefrologia do Brasil, oferecemos toda a linha de cuidados relacionada a saúde dos rins. Estamos munidos de uma equipe multidisciplinar muito competente. Dentro desse time, temos uma equipe de enfermagem premiada como destaque mineira da Enfermagem pelo Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais (Coren-MG). Que atua diretamente com nossos pacientes, no acompanhamento das demandas do seu tratamento. Para entender mais sobre o que faz um nefrologista antes de agendar a sua consulta, clique aqui e se informe.

Qual a diferença de diálise peritoneal e hemodiálise?

Ambos os métodos possuem a finalidade de realizar a filtração do sangue, eliminação de toxinas e controle de líquidos presentes no corpo. Mas, a forma como elas são realizadas e os efeitos que cada uma possui sobre o organismo são distintos e portanto, é importante se informar para que não ocorram dúvidas sobre tais procedimentos.

Conforme informado acima, a diálise peritoneal é o procedimento que pode ser feito em domicílio, sem necessidade de realizá-lo na clínica de nefrologia ou hospital e consiste na inserção de um cateter pela cavidade abdominal do paciente. O tubo infunde um soro denominado “solução de diálise” que permite a absorção das impurezas por meio do peritônio, membrana que cobre os órgãos abdominais. A filtragem é feita diretamente pelo cateter, enquanto inserido no abdômen do paciente.

A hemodiálise, em termos práticos, é um procedimento caracterizado pelo bombeamento do sangue por meio de um dialisador, aparelho responsável pela extração das toxinas presentes no organismo. Essa máquina realiza a filtragem do sangue pelo mesmo equipamento utilizado na diálise peritoneal, o cateter. Porém, ao invés de ser introduzido no abdômen, ele é colocado em uma veia do pescoço, tórax ou virilha do paciente e ligado ao dialisador, sucedendo o processo de recebimento do sangue e retirada das impurezas. Após a filtração, o sangue é “devolvido” limpo por meio de um acesso vascular. O tempo necessário da hemodiálise varia de acordo com a condição do indivíduo, em geral, sendo entre duas e quatro vezes por semana de 3 a 5 horas por dia. Diferente da diálise peritoneal, a hemodiálise precisa ser feita em hospitais ou clínicas especializadas em nefrologia.

Todos os pacientes que necessitam de diálise peritoneal ou hemodiálise precisam de acompanhamento pelo nefrologista, nutricionista e enfermagem. Caso existam mais dúvidas sobre esses tratamentos, marque uma consulta com o seu médico nefrologista para que ele possa esclarecer todas as suas dúvidas e fazer as orientações necessárias antes de iniciar o tratamento.

https://www.youtube.com/watch?v=i8gnBnKY2HU

Entenda um pouco sobre as diferenças entre os dois métodos de tratamento neste vídeo.

Quais os riscos da diálise peritoneal?

Vale ressaltar que, como todo procedimento de substituição renal, esse método também possui algumas desvantagens, porém se tratado em um local adequado por meio da orientação de um nefrologista de confiança, os riscos serão reduzidos. Dentre os riscos, podemos citar os inchaços, dor abdominal e vômitos em algumas ocasiões, porém, a principal são as chances de infecções do orifício de saída do cateter onde é preciso realizar uma pequena cirurgia no abdômen do paciente. Caso não ocorra a manipulação adequada, as chances desse problema acontecer são relativamente frequentes, ocorrendo em média uma por ano. Enquanto a peritonite, inflamação da membrana presente na cavidade abdominal que envolve todos os órgãos internos, (conhecido como peritônio) ocorre cerca de uma a cada dois anos. As infecções sucedem por contaminações bacterianas. Essa contaminação ocorre principalmente devido à falta ou erro no processo de higienização tanto das mãos de quem for manipular o cateter quanto do local onde o paciente está.

As inflamações são tratadas por meio de medicamentos infundidos na cavidade peritoneal, juntamente com a solução de diálise (introduzidos através do cateter). Contudo, é extremamente importante manter a boa higienização no local onde o cateter é implantado para evitar qualquer tipo de problema. Sendo assim, o treinamento para cuidados com a diálise peritoneal deve ser bastante rigoroso, seja feito pelo próprio paciente portador da insuficiência renal crônica ou familiar responsável por realizar o procedimento.

Dúvidas e inseguranças antes de iniciar o tratamento são normais, porém aqui na NefroClínicas você irá encontrar profissionais da saúde preparados para te receber e realizar o acompanhamento ideal para o seu atual estado clínico. Conheça nossos médicos e agende sua consulta.

Quais as vantagens da diálise peritoneal?

Conforme citado no início da leitura, além de ser um processo indolor, uma das principais vantagens desse tratamento é a possibilidade de ser executado em casa sem necessidade da pessoa se deslocar até o hospital ou clínica por não necessitar das máquinas de hemodiálise ou depender de enfermeiros, nefrologistas e profissionais da saúde como um todo no seu acompanhamento diário. Porém, nestes casos, os familiares e cuidadores de pacientes em diálise peritoneal possuem um papel extremamente importante no sucesso e eficácia da técnica. Para que o tratamento ocorra de maneira eficaz e segura, tanto o paciente quanto a pessoa que irá ajudá-lo na diálise irão receber um treinamento onde serão ensinados alguns procedimentos básicos do processo, tais como lavar as mãos antes de tocar nos cateteres, limpar os locais de saída, utilizar máscaras cirúrgicas ao fazer trocas e verificar as bolsas de solução em casos de possíveis contaminações. Para conhecer todas as vantagens da diálise peritoneal, clique aqui.

Embora exista essa alternativa, caso o paciente prefira realizar o tratamento diretamente na clínica de nefrologia, aqui na NefroClínicas ele encontrará uma estrutura capaz de oferecer uma experiência completa em nefrologia premium humanizada, contendo o treinamento e o acompanhamento do médico nefrologista incluso.

É possível parar de fazer diálise peritoneal?

É comum durante a diálise peritoneal, o paciente manifestar o desejo de receber um transplante de rim para descontinuar o tratamento. Porém o transplante as vezes é demorado e depende de uma série de fatores, sendo assim na maioria das vezes, após o início da terapia, o paciente precisa continuar pelo resto da vida até que possa realizar o transplante, (que é a terapia renal substitutiva com maior possibilidade de garantir que o paciente não precise da diálise). Existem algumas situações em que os rins voltam ao seu funcionamento normal, esses casos sãos mais comuns de serem observados na insuficiência renal aguda, enquanto na insuficiência renal crônica essa possibilidade é mais rara. Isso irá depender da patologia que ocasionou a perda da função renal. Já em pacientes diabéticos, hipertensos e portadores de glomerulonefrites crônicas (doença que provoca a inflamação na região do rim responsável pela filtragem do sangue e formação da urina), a perda da função ocorre de forma lenta e progressiva, levando à necessidade do tratamento dialítico por tempo indeterminado.

É possível que o paciente troque de terapia renal substitutiva de acordo com sua adaptação e condição clínica, geralmente a dialise peritoneal é a que proporciona maior independência e qualidade de vida para o paciente antes do transplante renal, tendo maior liberdade para viajar e mais tempo disponível durante o dia, pois pode levar os materiais necessários para seu tratamento nas viagens e geralmente é realizado a noite, deixando assim o dia livre para outras atividades.

Concluindo, a diálise peritoneal é um método que deve ser estabelecido conforme critérios médicos, que variam em função das condições clínicas do indivíduo e suas preferências. De qualquer forma, o tratamento dialítico é uma excelente opção para pacientes renais. Se você possui alguma doença renal, busca por uma melhor saúde dos seus rins ou conhece alguém que se encontra nessa mesma situação, venha conhecer a NefroClínicas e receba um tratamento de alta qualidade.  


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